sexta-feira, 5 de junho de 2009

Linguagem


A linguagem não pode espelhar referentes do mundo nem representar objetos mentais, pois não se trata de uma imagem estática, nem pode ser concebida como mero instrumento de comunicação, uma vez que suas propriedades forçam-na a desempenhar papéis em torno da construção de sistemas conceptuais e fornecer subsídios para a compreensão do mundo.

Também não se restringe ao micro-universo da interação. Aí é o lugar onde ela apenas se manifesta. Não podemos nos esquecer de que a linguagem contempla um conjunto de dispositivos com os quais forjamos, na esfera do real, algo que está, que não está, que já esteve, que não esteve, que ainda vai estar ou que jamais estará presente no mundo. Trata-se de uma forma de “evocação”, pois a sua configuração é o resultado e a causa de processamentos cognitivos.

Defendemos, pois, que a manipulação das estruturas linguísticas tem relação com a forma como elas são cognitivamente processadas, assim como com a finalidade para a qual são destinadas.

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