A linguagem é um elemento que não pode ser ignorado quando nos propomos a pensar os mais diversos aspectos da realidade e isso se dá devido a nossa condição de seres dependentes da cultura e, portanto, simbólicos. Uma vez que a existência humana somente se efetiva na cultura – isto é, a partir do trabalho social e intersubjetivo da vida em grupo e de sua rede de instituições e simbolismos consequentes –, resulta que nossas estruturas de conhecimento, que guiam nossas percepções, são, em grande medida, reguladas por uma contínua interação entre práticas culturais, esquemas cognitivos e linguagem. Assim, as ideias que construímos da realidade não são por nós produzidas “livremente”, conforme uma vontade independente, pessoal e racional, mas sob a influência de uma práxis intersubjetiva que fabrica estereótipos culturais que, por sua vez, são garantidos e reforçados através da atividade discursiva. Não há discurso no vazio. Os sistemas de representação construídos discursivamente regulam as estruturas mentais e perceptivas dos sujeitos e, ao mesmo tempo, são regulados por elas, organizando espaços sociais e articulando significados coletivos. Por tudo isso, entendemos que o fenômeno linguístico é absolutamente imbricado com o contexto sociocultural em que ocorre e, simultaneamente, que o contexto em que uma ação discursiva se realiza não é independente da memória conversacional dos sujeitos, das estruturas conceptuais disponibilizadas no presente, constituídas, inclusive, por suas emoções.
sábado, 20 de junho de 2009
Linguagem, Cultura, Cognição: os processos cognoscitivos como um espaço interacional de possibilidades múltiplas
Postado por Cognição e Práticas Discursivas às sábado, junho 20, 2009
Marcadores: Cognição
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