Nas Ciências Humanas, muitas são as correntes de pensamento, em diferentes momentos da história, que reivindicam o direito ao uso do termo cognição. Na segunda metade do século XX, a Lingüística viu renascer antigas questões que, de uma maneira ou de outra, procuram estabelecer uma relação entre a estrutura, o uso e o funcionamento da linguagem e o que, de maneira geral, poderíamos chamar de “áreas cognitivas”.
Apenas para exemplificar, poderíamos apontar, com relativa precisão, duas grandes vertentes cujas características apresentamos abaixo:
I) Amparados no pressuposto de que as línguas naturais são adquiridas e faladas “espontaneamente” apenas pelos membros da espécie humana, alguns estudos vão concluir que as propriedades essenciais da linguagem são determinadas pelo tipo específico de estrutura e organização mental dessa espécie. Assim, as propriedades da linguagem estariam diretamente relacionadas às propriedades mentais dos seres que as falam, de tal modo que estudar a linguagem humana seria, essencialmente, estudar determinadas características da mente humana, radicadas em última instância na organização biológica da espécie. Essa perspectiva sobre a linguagem, que recebe, entre outros rótulos, o nome de “naturalista” ou “mentalista”, está presente na Gramática Especulativa dos escolásticos do período medieval, na tradição da Gramática de Port-Royal dos séculos XVII e, a partir da década de 50 do século passado, no modelo de gramática proposto por Noam Chomsky: a Gramática Gerativa.
II) A segunda vertente vai propor que os modelos simbólicos que caracterizam a língua determinam um emparelhamento entre informação lingüística e modelos cognitivos. Isso porque as estruturas utilizadas para articular os sistemas conceptuais se desenvolveriam a partir da experiência. Ou seja, a fundação dos sistemas conceptuais estaria atrelada à percepção física, aos esquemas de movimento corporal, de tal maneira que as características globais da “corporeidade” e da “experiência” definiriam, em grande parte, as características da mente e da gramática. Esse modelo, conhecido como Realismo Experiencialista, é liderado por George Lakoff, Mark Johnson e Eve Sweetser.
O momento posterior ao Realismo Experiencialista é marcado pela consideração do papel de fatores socioculturais na organização, estruturação e funcionamento dos sistemas conceptuais. Desse modo, abre-se um caminho que nos possibilita o diálogo entre as questões construídas pela epistemologia da corporeidade e aquelas provenientes de uma abordagem que poderíamos chamar de Antropologia cognitivo-cultural. Esse diálogo nos permite compreender, por exemplo, que os processos de categorização, que nos possibilitam organizar discursivamente nossa experiência, constituem convenções e adaptações a uma realidade cultural e social. As atividades de construção de sentido, portanto, seriam mediadas pelas redes de conhecimento que se transformam em modelos mentais que são, simultaneamente, modelos culturais dos falantes.
Apenas para exemplificar, poderíamos apontar, com relativa precisão, duas grandes vertentes cujas características apresentamos abaixo:
I) Amparados no pressuposto de que as línguas naturais são adquiridas e faladas “espontaneamente” apenas pelos membros da espécie humana, alguns estudos vão concluir que as propriedades essenciais da linguagem são determinadas pelo tipo específico de estrutura e organização mental dessa espécie. Assim, as propriedades da linguagem estariam diretamente relacionadas às propriedades mentais dos seres que as falam, de tal modo que estudar a linguagem humana seria, essencialmente, estudar determinadas características da mente humana, radicadas em última instância na organização biológica da espécie. Essa perspectiva sobre a linguagem, que recebe, entre outros rótulos, o nome de “naturalista” ou “mentalista”, está presente na Gramática Especulativa dos escolásticos do período medieval, na tradição da Gramática de Port-Royal dos séculos XVII e, a partir da década de 50 do século passado, no modelo de gramática proposto por Noam Chomsky: a Gramática Gerativa.
II) A segunda vertente vai propor que os modelos simbólicos que caracterizam a língua determinam um emparelhamento entre informação lingüística e modelos cognitivos. Isso porque as estruturas utilizadas para articular os sistemas conceptuais se desenvolveriam a partir da experiência. Ou seja, a fundação dos sistemas conceptuais estaria atrelada à percepção física, aos esquemas de movimento corporal, de tal maneira que as características globais da “corporeidade” e da “experiência” definiriam, em grande parte, as características da mente e da gramática. Esse modelo, conhecido como Realismo Experiencialista, é liderado por George Lakoff, Mark Johnson e Eve Sweetser.
O momento posterior ao Realismo Experiencialista é marcado pela consideração do papel de fatores socioculturais na organização, estruturação e funcionamento dos sistemas conceptuais. Desse modo, abre-se um caminho que nos possibilita o diálogo entre as questões construídas pela epistemologia da corporeidade e aquelas provenientes de uma abordagem que poderíamos chamar de Antropologia cognitivo-cultural. Esse diálogo nos permite compreender, por exemplo, que os processos de categorização, que nos possibilitam organizar discursivamente nossa experiência, constituem convenções e adaptações a uma realidade cultural e social. As atividades de construção de sentido, portanto, seriam mediadas pelas redes de conhecimento que se transformam em modelos mentais que são, simultaneamente, modelos culturais dos falantes.
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